DOI: https://doi.org/10.7203/CREATIVITY.7.27745

“Vem, vamos embora que esperar não é saber”: As reformas educacionais do governo militar brasileiro (1964-1985)


Resumen


O presente artigo objetiva refletir sobre a educação brasileira relativa ao período do Governo Militar de 1964 a 1985. Assim, apresenta uma análise histórica e sociológica da época em que o Brasil foi governado por presidentes militares e a repercussão desse regime para a educação básica (ensinos primário, secundário e profissionalizante) e a educação superior brasileira. Para a concretização do estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, utilizando-se como procedimentos para a construção de dados, a análise documental e o registro em diário de pesquisa. Tomou-se como referencial teórico as discussões de Beltrán e Hernàndez (2012), Germano (1993) e Saviani (2008). Os resultados da investigação indicam que a ênfase esteve nas reformas do ensino superior e da educação primária, principalmente no que se refere à desqualificação da escola pública, ao favorecimento do setor privado, ao ensino profissionalizante, ao rompimento com a educação regional e popular (exílio de Paulo Freire), à inspiração nos princípios da produtividade, dentre outros. Desse modo, a vinculação da educação pública aos interesses e necessidades do mercado; o favorecimento da privatização do ensino; a implantação de uma estrutura organizacional que se consolidou e se encontra em plena vigência e a institucionalização da pós-graduação são aspectos de destaque na educação no período da ditadura e permitem uma noção a respeito do que foi feito à época do governo militar e a forma como isso reverberou hodiernamente. Possibilita, assim, a compreensão de muitas questões que foram e ainda são enfrentadas pela educação contemporânea no Brasil e no mundo.


 


 


 


Palabras clave


Educação brasileira. Reformas educacionais. Governo Militar. Ditadura. Educação Básica e Superior.

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